VIAGEM A BORDA DA MATA - PRIMEIRA PARTE

Borda, como é conhecida na região, é uma aconchegante e hospitaleira cidade do Sul de Minas.

A 851m de altura em relação ao nível do mar, Borda da Mata esta a, aproximadamente, 5h de viagem de Belo Horizonte, 3h de São Paulo e 6h do Rio de Janeiro. Para quem vai de BH é só pegar a BR 381 até Pouso Alegre e depois seguir pela MG 290, sentido Ouro Fino e Campinas.

O Sul de Minas foi o portão de entrada para os bandeirantes no século VIII; várias cidades surgiram como ponto de apoio para as bandeiras ou para algumas atividades mineradoras. Conta a história que os primeiros habitantes e fundadores do povoado, que se formaria às margens da estrada, foram os integrantes da comitiva chefiada por Francisco Vieria Fagundes, que se estabeleceram na Fazenda de Borda da Mata, em 1754.

Nos dias de hoje, a cidade pertence ao Circuito Turístico das Malhas do Sul de Minas e se destaca pela produção e comercialização de pijamas e de tecelagens.

Certamente, o turismo de compras representa um de seus pontos fortes, mas a cidade apresenta outros atrativos turísticos. A Basílica de Nossa Senhora do Carmo um deles.

A Capela de Nossa Senhora do Carmo, de Borda da Mata, foi erguida nos terrenos da antiga fazenda, no final dos anos de 1820 e início de 1830. Já a pedra fundamental da nova Matriz, que seria construída em estimo romano-lombardo, foi lançada em 1951. Hoje, a construção abriga a Basílica de Nossa Senhora do Carmo, orgulho dos borda-matenses, e recebe inúmeros visitantes, peregrinos e romeiros.

Borda da Mata é um lugar muito interessante para os apaixonados por trilhas.

Para os que gostam de longas caminhadas, Borda da Mata é uma das cidades do trecho mineiro do “Caminho da Fé”, percurso trilhado pelos peregrinos que seguem em direção à Aparecida do Norte, em São Paulo.

Já para os que preferem as caminhadas não tão longas, uma boa dica é ir ao Santo Cruzeiro.

Basta seguir pela Rua Alvarina Peireira Cunha, atrás da Basílica; em frente ao cemitério, pegar a rua à esquerda, passar em frente à Chácara Estrela do Vale e entrar à direita seguindo a placa: “Santo Cruzeiro, 1100m”.

Mil e cem metros de pura subida, mas vale cada pedacinho do chão e cada gota de suor; o visual é deslumbrante.

Lá em cima, a bela e frondosa árvore nos recebe e nos convida a sentar à sua sombra e a meditar. Os olhos agradecem, os sentidos se regalam com a variedade infindável de cores que compõe a exuberante paisagem.

Sinceramente, espero que os próximos visitantes lembrem-se de levar consigo o seu lixo e não joguem mais nada por lá. Infelizmente, no dia do meu passeio, encontrei embalagens, garrafas, latinhas e copos plásticos espalhados pelo chão.

No caminho de volta, essa bela árvore contrastando com as montanhas nos fez ficar estarrecidos de tanta beleza.

Em Borda da Mata, encontramos várias construções que guardam o charme de antigamente.

De volta à rua Alvarina Pereira Cunha, encontramos uma bem pitoresca: a casa do compadre Demercindo Brandão . Linda.

Mas, olhando aquela casa, veio a pergunta que não quis calar: quem era o "compadre Demercindo ?

Demercindo Brandão (1898/1993) era um filho da cidade de Borda da Mata. Aprendeu a ler e escrever sozinho, foi voluntário da Artilharia de Montanha de Jundiaí , casou-se com Ana Pinto e teve treze filhos, que lhes deram 39 netos e 38 bisnetos. Foi juiz de paz, vereador, delegado e um grande produtor de feijão do sul de Minas. O depósito, onde guardava os produtos agrícolas, era conhecido como a “casa do compadre” Como Demercindo era muito alegre e apreciador de bailes e festas, o lugar acabou tornando-se uma grande sala de visitas, onde recebia os amigos. Posteriormente a "casa do compadre" passou a ser um restaurante. Hoje, esse filho de cidade, faz parte do rol dos homenageados do Memorial Nossa Gente.

Por falar em restaurante...

O almoço, típico do interior do sul mineiro, com arroz, feijão, macarrão, salada, legumes quente e um tipo de carne, foi em outra dessas construções históricas.