ALVORADA DE MINAS: UMA HISTÓRIA DE TROPEIROS




Situada no circuito da Estrada Real, em pleno complexo da Serra do Espinhaço, a cidade de Alvorada de Minas conta um pouco da história das Minas Gerais.


Os primeiros habitantes foram os índios da tribo dos botocudos. Mais tarde, os bandeirantes vieram para a região a procura de ouro e pedras preciosas, dando origem ao povoado, às margens do Rio do Peixe, que recebeu o nome de Santo Antônio do Rio do Peixe, em meados do século XVIII.

A história de Alvorada remonta também a história dos tropeiros, que traziam e levavam, em suas tropas, alimentos e produtos básicos para a população do caminho, percorrendo grandes extensões até as regiões mineradoras. 



Para sustentar as longas viagens, de dias, no lombo dos cavalos, a alimentação dos tropeiros era constituída, basicamente, por toucinho, feijão, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá, o que influenciou bastante a culinária de Alvorada. 

Dona Maria Rosa de Jesus, com seus 98 anos de idade, conta que seu pai, Sr. Américo, era tropeiro. A família plantava café, mandioca, arroz, criava boi e vaca de leite. Em suas viagens, ele carregava seus 12 burros com arroz, café limpo, farinha de mandioca, queijo curado, carne de boi salgada e ia vender, para as bandas de Datas. Chegava a Diamantina, onde vendia seus produtos no mercado local. De lá trazia tudo o que lhe encomendavam. Chegava com a caixa tão cheia de dinheiro, quem nem dava para fechar. 

Certa vez, conta ela, estava chovendo e precisavam secar o cafe para a viagem. Seu pai mandou que o colocasse junto do fogão. Ela pegou o saco pesado e colocou sobre o fogão a lenha. Quando viu, o saco estava pegando fogo; o café queimou e a bronca correu solta.


A cidade possui algumas construções que registram essa história.


Esta casa era o ponto dos tropeiros, onde descansavam e tratavam dos animais. Ali, no portão à direita, era onde eles se reunião comer, cantar e quentar fogo.





Nas casas desse povo simpático, é comum encontrar o fogão de lenha de acesso, onde é gostoso prosear e “quenta” fogo, especialmente no tempinho frio do mês de maio.











Se a fome bater não se espante se te chamarem para comer “fato” de boi com farinha, que é a forma mais típica de se comer dobradinha por aqui.












De sobremesa, doce de leite quente com queijo do serro. 

Bom demais!!!









Maria Tereza Naves Agrello







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