ANDANÇA DA INDANÇA

Andar, andar, quero andar...


Ontem, aconteceu mais uma edição da ANDANÇA DA INDANÇA, dessa vez pelas ruas de Belo Horizonte.
Foi uma caminhada urbana, eco-cultural, com meditação.  Muito legal.
O objetivo era fazer uma aula extra da Indança, percorrendo locais interessantes da cidade de Belo Horizonte e fazendo as práticas meditativas, junto a natureza.
Choveu a semana toda, a noite da véspera não foi diferente, pela manhã as nuvens ainda estavam baixas. Até o último minuto eu não sabia se as pessoas iriam aparecer, mas eu estava “determinada” a fazer essa caminhada. Falando em “determinação”, esse era o tema da ANDANÇA de hoje.
Mas São Pedro estava do nosso lado e a chuva deu uma brecha.  Sete e trinta da manhã nós partimos. O grupo era pequeno, mas “determinado”.
Partimos do Círculo Militar, na Raja Gabáglia, onde acontecem, regularmente, as aulas da INDANÇA.
Logo de início, na Sinval de Sá, na Cidade Jardim, encontramos este maravilhoso fícus.


A largura do tronco indica que ele deve ser super antigo, provavelmente da origem da cidade.
Seguimos na direção do Museu Abílio Barreto, que envolto por uma área verde belíssima, conta a história de Belo Horizonte, seja através dos objetos antigos, seja através de suas árvores centenárias.  Em 1940, a casa da antiga sede da Fazenda do Leitão foi reformada e passou a abrigar o Museu.



Nesse lugar histórico, cercados pela vegetação exuberante, nós fizemos algumas práticas e meditamos.
Depois seguimos “viagem”.
Na Prudente de Morais, vimos o ipê branco indicado por uma plaquinha inusitada.
Ideia super legal.  



Seguimos pelo bairro de Lourdes e na Felipe dos Santos, em frente ao Estadual Central, encontramos outras árvores exuberantes com copas gigantescas.

Por falar no Estadual Central...

A história do Liceu Mineiro, como era chamado, começou em 1854, em Ouro Preto.  Com a mudança da capital, o Liceu foi transferido para Belo Horizonte, em 1898. Chamou-se também Colégio Estadual de Minas Gerais, Escola Estadual Governador Milton Campos e, em 1973, recebeu a denominação de Estadual Central.  A mudança para o atual endereço, cuja arquitetura é de Oscar Niemeyer, aconteceu em 1956. O prédio das salas de aula tem o formato original de uma régua, a caixa-d’água é um giz, a cantina tem a forma de uma borracha e o auditório é um mata-borrão, instrumento que era usado antigamente para secar o excesso de tinta no papel. Por suas salas passaram nomes como o ex-presidente do Brasil Getúlio Vargas; a presidenta Dilma Rouseff;  os ex-prefeitos Eduardo Azeredo e Fernando Pimentel, governador eleito de Minas;  o jogador de futebol Tostão; o cartunista Henfil; o escritor Eduardo Sabino e; os artistas Elke Maravilha e José Mayer.

Seguimos a “andança” e, após 2,3km, chegamos à Praça da Liberdade, que é cercada pela arquitetura, maravilhosa, do Palácio da Liberdade e dos prédios das antigas Secretarias de Governo, datados de 1898 e que, atualmente, abrigam diferentes museus super legais.  

O edifício Niemeyer - outra obra de Oscar Niemeyer dos anos 50, com suas curvas que lembram as montanhas de Minas - emergindo entre as árvores compôs um cenário lindo que chamou nossa atenção.

                                                                                                          
Acolhidos pelas árvores e ouvindo as águas das fontes, fizemos uma nova meditação. Ao final, ao abrirmos os olhos naquele cenário mágico e mais um presente de “Mamãe Natureza”:
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Seguimos pelas imediações da Savassi, passando por antigas lindas.
Mas passamos também por verdadeiras agressões ao meio ambiente. Infelizmente, vimos árvores com cimento chegando até seu tronco. 
Ficamos nos perguntando por onde a água e os nutrientes penetram a terra. Depois reclamam que as árvores de nossa capital estão adoecidas e caindo.

Na sequência, passamos por mais construções antigas, lindas e, para nossa alegria, preservadas.





Quase 6 km depois de nossa partida, chegamos ao Parque das Mangabeiras, outro patrimônio da cidade. O projeto paisagístico é de Burle Marx, sua área é de 2,8 milhões de metros quadrados e, pasmem, possui 59 nascentes do Córrego da Serra, que integra a Bacia do Rio São Francisco.

Nas suas matas nativas podem ser encontradas variadas espécies animais. Na nossa caminhada encontramos micos, diferentes pássaros, borboletas coloridas e um tímido tiú.



Fizemos nosso “pic-nic” no “Recanto da Cascatinha”, depois, junto a água corrente,  outra meditação.
Seguimos mais um pouco e o cenário da outra meditação foi entre natureza e obras de arte.
Já no caminho de volta, encontramos mais árvores imensas, maravilhosas, e outras tantas construções interessantes.

 


Pensei que o trajeto seria o MPP (Museu Abílio Barreto, Praça da Liberdade e Parque das Mangabeiras), mas nos demos conta de que também poderia ser Circuito de Clubes, afinal saímos do Clube Círculo Militar, passamos pelo Minas I, depois pelo Olympico, pelo Minas II, pelo Ginástico e, quase 11 km e seis horas depois, retornamos ao  Círculo Militar.


Ao longo do período, ouvi colocações do tipo: "Puxa! Eu não sabia que existia isso em Belo Horizonte", "Eu nunca passei por aqui", "Nunca havia parado para ver meu corpo com esse olhar", "Não havia parado para pensar na emoção dessa forma", "Sentir a força do vibração das árvores foi muito diferente", "É.. não sei se isso que vivi foi meditação, mas foi diferente", "Piasso sempre por aqui de carro, mas não tinha parado para observar", "Participei de um projeto lindo aqui, mas fazia tanto tempo que não voltava aqui", "Faz tempo que não trago meu filho aqui"...

Esse movimento de contato com o nosso interno e de desmistificação da meditação, foi também um tempo de reencontro com a cidade de Belo Horizonte, com a natureza que aqui ainda existe, com a nossa cultura e os nossos costumes. 

Foi um passeio e tanto, onde mesclamos autoconhecimento, caminhada, ecologia e cultura, com alegria e descontração. Andamos, fizemos diferentes práticas , meditamos, vimos muitas coisas e construímos nosso caminho a cada passo. “Determinação” foi nosso tema, nosso trabalho e também nossa conquista, seguindo passo a passo, um pé depois do outro. 

Obrigada a São Pedro pela pausa na chuva. 

Obrigada ao grupo. 

Com certeza, foi tudo de bom.

Valeu pessoal.

Até nossa próxima “andança”, em breve.

Abraço, Maria Tereza



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